O Ministério Público Estadual (MPE) está investigando se a terra
contaminada da USP Leste foi retirada do terreno comprado pela Igreja Universal
do Reino de Deus onde foi construído o Templo de Salomão.
A terra levada clandestinamente ao campus da Universidade de São Paulo
que fica no bairro do Ermelino Matarazzo foi deixada no local entre 2010 e 2011
trazendo grandes prejuízos à universidade que teve as aulas suspensas.
Os professores da USP Leste afirmaram, no processo movido contra a
instituição de ensino, que em 2013 mais de 6 mil caminhões com terra
clandestina foram levados até a universidade.
Um funcionário de terraplenagem que foi ouvido pelo MPE garante ter feito
pelo menos 100 viagens levando terras do terreno da Universal até a USP Leste.
A investigação também quer saber se o então diretor da faculdade, José
Jorge Boueri Filho, teria ligação com essa operação clandestina. Acredita-se
que ele autorizava a chegada de terra em troca de favores.
Os laudos da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) apontam que a terra
deixada no campus da USO está contaminada por bifenilas policloradas (PCBs),
substâncias que podem causar câncer. As aulas só poderão ser retomadas quando o
aterro clandestino for isolado com grama e tapumes.
Próximos laudos da Cetesb irão definir se a há necessidade de remover a
terra, o que custaria R$ 20 milhões aos cofres públicos. Segundo o jornal O
Estado de São Paulo, parte dos 5 mil professores, funcionários e alunos na
instituição estão resistentes em voltar a frequentar o local.
A investigação do MPE vai tentar levantar se a Igreja Universal
determinou o descarte da terra no câmpus da USP Leste, se ela não tiver
participação nesse acordo, caso contrário a transportadora será
responsabilizada por ter desviado o material sem o conhecimento da IURD. Além
da transportadora a construtora também pode ser responsabilizada.
Em resposta à imprensa a Igreja Universal, por meio de sua assessoria,
informou que “cumpre, rigorosamente, as legislações municipal e estadual”. Se
for comprovado que a IURD levou a terra para a USP, a igreja terá que
providenciar a reparação ambiental e a indenizar a USP pelos prejuízos
causados. Com informações Estadão

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