Será Bíblica a doutrina do juízo investigativo? O adventistas do sétimo
dia (ASD) ensinam que em 22 de outubro de 1844, Jesus Cristo saiu do lugar
santo do "Templo Celestial" e entrou no lugar santíssimo, onde passou
a fazer uma obra que denominam "juízo investigativo", que consiste em
remover dos livros no céu os pecados ali registrados de cada ser humano que se
arrependeu e creu em Cristo. O problema maior deste ensino está no fato de que
se Cristo está agora, no céu, removendo o pecado, o que Ele fez na cruz? Será
que foi apenas parcial o sacrifício do calvário? Para os adventistas do sétimo
dia o calvário foi apenas uma etapa. Vejamos seu ensino oficial: o teólogo e
historiador adventista C. Mervyn Maxwell assim o descreve: "ao terem os
pecadores ao longo dos séculos buscado o perdão, Jesus tem levado o pecado dos
registros de seus pecados confessados ao lugar santo, onde tem contaminado o
santuário celestial...A purificação do santuário agora em processo é
verdadeiramente uma grande obra de reconciliação; não é nada menos que a
remoção final e eliminação de todo pecado que separa o povo de Deus de si
mesmo" (História do Adventismo - p. 66). 
Note bem o que a Bíblia diz sobre
estes ensinos: "Doutra maneira necessário lhe fora padecer muitas vezes
desde a fundação do mundo, mas agora na consumação dos séculos uma vez se
manifestou para ANIQUILAR o pecado pelo sacrifício de si mesmo. Assim também
Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos aparecerá segunda
vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hb 9.26,28). Veja
bem, Cristo de uma só vez - na cruz - ANIQUILOU o pecado daqueles que confiam
nele, portanto, não há necessidade de se "purificar o santuário
celestial" porque os pecados confessados por meio de Cristo já não
existem, foram aniquilados. Outra questão: Pode haver algo impuro no céu? Os
adventistas respondem que sim: "Pode-se dizer que mesmo as 'coisas
celestiais', na extensão em que personificam as condições da futura vida do
homem, adquiriram pela queda alguma coisa que necessitava ser purificada"
(Nisto Cremos - p. 417 - livro oficial de doutrinas da igreja adventista). A
Bíblia, no entanto, diz que não: "E ali haverá um alto caminho que se chamará
o caminho santo; o imundo não passará por ele" (Is 35.8). Pense bem, a
onde a Bíblia afirma que a queda do homem afetou o céu? A queda afetou a terra,
e o próprio homem, mas nunca a habitação de Deus e dos santos anjos; este
ensino é anti-bíblico e contraria a clara distinção apostólica entre as coisas
da terra - contaminadas pelo pecado, e as do céu - incontaminadas, puras (Tg
3.15; 1 Co 15.47-50). Voltemos a declaração de Maxwell, segundo ele o juízo
investigativo é "verdadeiramente uma grande obra de reconciliação". A
Bíblia afirma que "Deus nos reconciliou consigo mesmo por Jesus
Cristo", "Agora contudo vos reconciliou no corpo de sua carne, pela
morte" (2 Co 5.18; Cl 1.21,22). Ou seja, biblicamente a reconciliação já
se deu, o verbo está no passado, foi na cruz, não há mais obra de
reconciliação, nós já fomos "reconciliados com Deus pela morte de seu
Filho", "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo"
(Rm 5.10; 2 Co 5.19). Portanto, não há nenhuma razão para o suposto "juízo
investigativo". Este ensino é perigoso pois é contrário as Escrituras no
tocante a completeza da obra expiatória de Cristo e a segurança de salvação. A
Bíblia nos diz: "Quem crer e for batizado será salvo" (Mc 16.16). Já
os defensores do "juízo investigativo" ensinam: "Este
julgamento, que ratifica as decisões quanto a quem deverá estar entre os salvos
e quem estará entre os perdidos" (Nisto Cremos - p. 418). Ou seja, sua
decisão por Cristo nada vale neste contexto, mas, graças a Deus pela Bíblia que
nos afirma: "Arrependei-vos, pois e, convertei-vos para que sejam apagados
os vossos pecados" (At 3.19). Para o adventista fiel a cruz não foi
suficiente, e ele não pode ter, aqui e agora, certeza absoluta de sua salvação,
pois Ellen G. White, profetisa adventista, ensinou: "Pela sua morte
iniciou a obra, para cuja terminação ascendeu ao céu" (O Grande Conflito -
Edição Condensada - p. 290). Já o cristão bíblico crê nas palavras de seu
Mestre: "Está consumado" (Jo 19.30), não há "terminação" a
fazer, já está terminado. Graças a Deus! Os adventistas ainda afirmam que o tal
"juízo investigativo" é necessário, pois muitos começam mas desistem
da fé cristã pelo meio do caminho. Quanto a isto, sabemos que Deus anuncia
"o fim desde o princípio" (Is 46.9-11), Ele não precisa investigar
pois já conhece a decisão de cada um. Jesus chegou a afirmar: "Eu sou o
bom pastor; CONHEÇO as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim" (Jo
10.14), portanto, na mente de Deus e de seu Filho não há nenhuma dúvida quanto
a quem é ou não salvo, daí dispensasse o erro chamado de "juízo
investigativo". Outro argumento é que, com o "juízo
investigativo" Deus mostra a sua justiça aos anjos, não restando dúvidas
sobre o Seu caráter. Ora, depois de Deus não ter poupado "nem mesmo a seu próprio
Filho" (Rm 8.32-39), restaria na mente de qualquer criatura celestial
dúvidas sobre o santo caráter de Deus? Creio que não. Mas você pode estar se
perguntando: Se, como vimos, esta doutrina não tem respaldo bíblico, como ela
surgiu então? Tudo começou quando Guilherme Miller, um batista, a princípio não
muito interessado em religião, tornou-se um pregador. Ele leu em Daniel 8.14:
"Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será
purificado", com grande dose de imaginação e com pouco conhecimento hermenêutico
(Os 4.6), chegou a conclusão inicial de que Jesus voltaria a terra "por
volta do ano de 1843" (História do Adventismo - p. 13), como ele descobriu
esta data? Baseando-se em Ezequiel 4.6,7 onde se lê: "um dia te dei por
cada ano", Números 14.34 - "por cada dia um ano" e Levítico 25.8
- "contarás sete semanas de anos", Miller afirmou então que os 2300
dias de Daniel, eram 2300 anos literais. Partindo da suposta data do decreto de
Artaxerxes para restaurar Jerusalém em 457 AC, chegou a 1843. No inicio de
1843, Miller mudou seus cálculos, afirmando agora que Jesus deveria voltar
entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844 (História do Adventismo - p.
26). Como Jesus não voltou em 1843 e nem em março de 1844, os
"milleritas" ou primeiros "adventistas" marcaram uma
terceira data: o dia da expiação judaico de 1844, que naquele ano caiu em 22 de
outubro (História do Adventismo - p. 29-34). Jesus novamente não veio. Veja
Deuteronômio 18.22. Daí então, para justificar o grosseiro erro de
interpretação bíblica, criou-se entre alguns adventistas milleritas a
interpretação que em 22 de outubro de 1844, Jesus entrou no lugar santíssimo do
templo celestial, começando assim, a tal purificação do santuário de Daniel
8.14. Um dos "inventores" desta "nova" interpretação fora o
irmão Crossier, que mais tarde reconheceu o seu erro de interpretação bíblica
(Apostila: Ellen Gould White - Mulher falível ou falsa profetisa? - p. 7). A
mente mais simples pode notar que esta doutrina surgiu da necessidade de se
explicar grosseiros erros de interpretação bíblica, infelizmente nem todos
tiveram a honestidade e a humildade do senhor Crossier em admitir seus erros,
criando assim, doutrinas de conveniências que não passam de desculpas para suas
falhas. O grande problema dessa doutrina, está em sua raiz errada. Para
interpretar um texto simbólico - Daniel 8.14, os adventistas usaram e usam até
hoje o método literal dia/ano (Seminário: As revelações do Apocalipse, p.
83-87). Agora, vejamos os textos em que eles se baseiam para isto: Nm 14.34 - este
texto fala da punição de Deus a Israel pela falta de fé dos espias enviados por
Moisés e do povo, não fala de contagem de tempo profético (basta ler o contexto
- Nm 14.26-45); Lv 25.8 - aqui o texto está falando sobre o "ano do
jubileu" (Lv 25.8-55) e não sobre profecia; Ex 4.6,7 - aqui o texto fala
de uma profecia específica (capítulo 4) que o profeta Ezequiel entregou sobre o
cerco de Jerusalém, porém, não pode ser aplicado a outras profecias. Pois senão
vejamos, Jesus declarou profeticamente: "Derribarei este templo, e em três
dias o levantarei" (Jo 2.19), se fossemos interpretar como fazem os
adventistas, teríamos que crer que Jesus ficaria três anos na sepultura, pois o
templo a que Ele se referia era o seu próprio corpo (Jo 2.21). Isto não aconteceu,
os três dias proféticos, neste caso, se cumpriram literalmente (veja Lc 24.7).
Como os adventistas do sétimo dia explicam a não vinda de Jesus Cristo em 22 de
outubro de 1844? Este fato eles chamam de "grande desapontamento" e
baseando-se em uma interpretação novamente duvidosa de Lc 24.21 e ap 10.9-11
afirmam que Deus permitiu que eles se equivocassem sobre a interpretação de
Daniel 8.14, afirmam ainda que isto estava até mesmo profetizado (Seminário: As
revelações do Apocalipse - p. 86) e compararam esta experiência com a dos
discípulos a caminho de Emaús. O fato é que, existe uma diferença substancial:
os discípulos de Emaús tinham a doutrina correta que se cumpriu cabalmente (Lc
9.22), eles poderiam ter perdido a fé nela ou até mesmo dela ter se esquecido,
mas a doutrina de Jesus cumpriu-se como fora anunciada, já no caso dos
milleritas isto não aconteceu, sua doutrina fora alterada várias vezes para se
adaptar a novas circunstâncias e não houve o cumprimento cabal da mesma.
Novamente fica demonstrado a inexatidão da interpretação adventista. Outro erro
de cálculo interpretativo pode-se demonstrar nesta profecia. Para os
adventistas Daniel 9.23-27 é "o selo de garantia dos 2300 dias"
(Seminário: As revelações do Apocalipse - p. 83). Entendem eles a expressão
"setenta semanas estão determinadas", como que estas setenta semanas
sendo extraídas ou cortadas dos 2300 dias e sendo a prova visível de sua
autenticidade. Usando outra vez o princípio dia/ano (que já demonstramos ser
errado), os adventistas concluem que seriam sete semanas de anos literais onde
seriam construídas as praças e muros de Jerusalém, o que, segundo eles, ocorreu
em 408 AC e mais sessenta e duas semanas de anos literais até que se
manifestasse o Messias, o que, segundo eles, nos leva ao ano de 27 AD, data em
que Jesus foi batizado e iniciou o seu ministério público (Seminário: As
revelações do Apocalipse - p. 84). Aparentemente está tudo correto, mas olhemos
mais a fundo esta questão. Daniel 9.25 nos diz: "desde a saída da ordem
para restaurar e para edificar Jerusalém até o Messias, o príncipe, sete
semanas, e setenta e duas semanas". Ou seja, até a vinda do Messias
deveria se cumprir o tal tempo, se fossemos interpretar como os adventistas do
sétimo dia, esta profecia não teria se cumprido no tempo certo, pois Jesus não
se tornou o Messias com o seu batismo, Ele já o era desde seu nascimento (Mt
1.20-23), uma vez que a profecia diz "até ao Messias" é obvio que
deveria ser até o seu nascimento. Onde está então o erro? Na interpretação
literalista e conveniente dos adventistas. Agora note alguns erros de cálculo:
se os 2300 dias começaram, como dizem os adventistas, em 457 AC; se cada dia
profético equivale a um ano literal (já demonstramos que isto é errado);
calculemos, os 2300 dias se cumpririam em 1843, portanto, a profecia adventista
atrasou um ano. Veja, eles argumentam que o "decreto" (Dn 9.23-27)
alcançou Jerusalém no outono de 457 AC (Es 7.8), mas note que Dn 9.25 diz que
se deve contar "desde a saída da ordem" e não desde a chegada em Jerusalém,
portanto, a saída da ordem foi na primavera de 457 AC, e se Jesus fosse
realmente entrar no lugar santíssimo do templo celestial, à moda adventista,
teria que ser, considerando o cerimonial típico do Antigo Testamento (Lv
16.29-34), no "yom kipur" (dia da expiação) de 1843 e não no de 1844.
Por que então o atraso? Os anjos oficiantes estavam de greve? Não, o problema
está nas falhas de cumprimento dos cálculos adventistas que foram mudados no
mínimo três vezes (História do Adventismo - p. 30). O mesmo erro se encontra
quanto ao Messias, se interpretarmos, como fazem os adventistas, Daniel 9.25,
daria um total de sessenta e nove semanas proféticas para o Messias, o que
pelas contas deles dariam 483 anos literais. Partindo então, de 457 AC chegaremos
ao ano 26 AD e não em 27 AD (isto sem considerar possíveis erros de quatro a
seis anos no nosso calendário, o que aumentaria ainda mais o erro adventista),
o que aconteceu em 26 AD com Jesus, o Messias? NADA que a Bíblia relate,
portanto, aqui está, mais um erro de hermenêutica mal feita, adotada pelo
adventismo. Principalmente se notarmos que, a ordem para a reconstrução de
Jerusalém só saiu, de fato, no ano 445 AC segundo vemos em Neemias 2.1-8, o que
derruba toda "teologia" adventista, pois aí as 2300 tardes e manhãs,
segundo o absurdo método dia/ano deles, daria em 1855, aí, então, não haveria
mais "grande desapontamento", passaria a ser o que verdadeiramente é:
A GRANDE DESCULPA MENTIROSA. O que queremos demonstrar com estes cálculos e com
o aprofundamento nas profecias favoritas dos adventistas do sétimo dia?
Queremos mostrar que "nem tudo o que reluz é ouro". Não é o fato de
uma pessoa citar muitas passagens bíblicas que aparentemente se completam e nem
o fato de você não ter resposta imediata aos sofismas de outros, que o que eles
pregam é a verdade. Dou aqui meu testemunho pessoal: fiquei por volta de dez
anos, do primeiro momento que tomei conhecimento da interpretação adventista de
Dn 8.14 até poder compreender suas falácias. Neste tempo, por vezes, procurei
ajuda de pastores e seminaristas para achar a resposta da questão. Só quando
tive contato mais direto com os adventistas é que notei quão falazes são seus
argumentos. Assim também o é com outras seitas como os mórmons, as testemunhas
de Jeová e todos aqueles grupos heterodoxos que permeiam nosso cotidiano.
Portanto, caro leitor, quando você passar por esse tipo de problema,
principalmente se você for evangélico, recomendo a leitura acurada e crítica da
Bíblia, bem como a oração, mas acima de tudo recomendo a paciência, pois para
tratar com doutrina duvidosa "a pressa é inimiga da perfeição
(verdade)".
  Autor:   Retirado da Pagina “O Adventismo como ele é

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